Revista Appai Educar - Edição 117

cionar juntamente com as docentes que me deram aula, nas duas escolas. Para entender realmente a minha pretensão no curso, no início não queria lecionar, mas trabalhar com pesquisa ou até mesmo com revisão de tex- tos. O que me trouxe para a realidade de dentro da

Reinaldo Miguel de Andrade Júnior é formando em Licenciatura em Le- tras - Português e Bolsista do Programa Residência Pedagógica, promo- vido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na Escola Municipal de Educação Infantil Valneri Antunes. sala de aula foi a inspiração dessas professoras, que tive a oportunidade de encontrar nas minhas práticas obrigatórias no contexto escolar.

Ausência paterna e o desenvolvimento educacional dos filhos

Wellison Magalhães

“Socorro! Sou pai”. O grito é fictício, não me recordo, exatamente, de alguém ter falado ou utilizado essas palavras, para dizer o quanto ser pai tornou-se um desafio, e isso para milhares de pessoas ao longo das últimas décadas. Não estou falando de sexualidade antes que sua mente viaje nessa direção. Estou falando sobre masculinidade, virilidade e a capacidade de assu- mir o seu papel na sociedade. Há um esvaziamento do sentido dessa mascu- linidade. Primeiro porque, de fato, os homens dei- xaram de assumir seus papéis e, segundo, porque, com o avanço das mulheres ocupando espaços sociais dignos e notórios, houve um apequena- mento do papel masculino. Desde a década de 1950 as mulheres procuram os seus espaços na sociedade, no que concer- ne a ter os mesmos deveres e direitos, o que era propriedade dos homens, e elas conquistaram. Tornaram-se empresárias, executivas, gerentes, motoristas e ainda, em seus horários milagrosos, numa agenda full time de 24 horas, foram capazes de ser mães, esposas, filhas, ou seja, ter uma mul- tifacetada forma de fazer mil coisas. O homem, que era apenas o provedor, não percebeu que, a reboque dessas mudanças na cabeça feminina, ele também havia mudado o seu status, à revelia. Ele não era mais o único provedor, e a gerência da casa tornou-se uma cadeira em

que a mulher decidiu sentar. O homem se perdeu. Perdeu o sentido e direção. Agora, a mulher não é mais uma propriedade privada e nem subservien- te. Com isso, conquistar algo dentro de casa deveria ter um outro modus operandi , que não mais o grito, nem a chantagem. Era preciso reinventar-se. Entre- tanto, essa reinvenção tornou-se o grande desafio. Para o terapeuta americano Larry Crabb, “os homens têm muitas dificuldades em largar o arco e a flecha e apanhar linhas e agulhas. O movimento moderno dos homens, a todo vapor, brotou par- cialmente como reação à ideia de que eles devem tornar-se mais relacionalmente sensíveis!”. (Crabb, Larry – O Silencio de Adão, 1998, SP) Sem poder usar as ferramentas que deram cer- to por tanto tempo, os homens têm usado a força e o medo, como instrumentos para manterem-se no topo de suas cadeias relacionais, mas isso não está dando certo. O que tudo isso tem a ver com a paternidade e a educação dos filhos? É exatamente neste momento que percebemos, claramente, que os homens iniciaram um êxodo de suas responsabilidades. Muitos assumiram a pater- nidade com leveza e alegria, muitos decidiram que a paternidade tinha um Q de missão a ser cumpri- da, contudo muitos não conseguiram enxergar o tamanho do papel que lhes fora dado, ao ajudar a conceber uma criança neste mundo. Este homem necessitando se reinventar des-

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