medicina nuclear em revista
| Jan • Fev • Mar 2015
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Contraste
Exame
artÍstico
A arte e a medicina
são dois pilares do
conhecimento humano
por
Vinícius Morais
Cientistas e artistas buscam há
séculos descobrir os mecanismos do
corpo humano e compreender como
a vida se mantém. A arte e a medici-
na sempre sustentaram objetivos
comuns e, juntas, enriqueceram o
legado de conhecimento da humani-
dade. A relação entre arte e ciência
não é recente. Pintores e escultores
se apoiaram no conhecimento cien-
tífico para descrever o corpo de
maneira detalhada e, com isso, enri-
queceram os estudos de anatomia.
Médicos também traduziram expe-
riências e conhecimento em arte por
meio de ilustrações e gravuras.
A afinidade entre a arte e a medi-
cina foi favorecida pelo Humanismo,
movimento que colocava o homem
como centro do universo, valorizan-
do conquistas e descobertas.
OHumanismo sugeria ainda a racio-
nalidade como contraponto à visão
religiosa, preponderante na época.
Com um novo ideal artístico e filosó-
fico, a cultura europeia passou a ter
mais influência dos ideais de beleza
greco-romana e maior preocupação
com a imitação fiel do real. Deu-se
início ao período renascentista.
Além do desenvolvimento artís-
tico, o período foi importante para a
ciência. Antes do chamado ‘século
da anatomia’, as doenças eram clas-
sificadas de acordo com o humor do
paciente e o sangue era apontado
como principal causador dos males.
Omédico italiano Berengario de
Carpi (1460-1530) foi um dos primei-
ros a ganhar destaque. Autor de
diversos estudos ilustrados sobre
anatomia, publicou o
Tractatus de
Fractura Calvae Sive Cranei
, sobre fra-
turas cranianas, em 1518. Anos
depois, em 1543, o belga Andreas
Versalius (1514-1564) publicou o atlas
De Humanis Corpori Fabrica
e ficou
conhecido como o pai da anatomia.
“Primeira anestesia com éter” (1894),
Robert C. Hinckley (1853 – 1940).
Óleo sobre tela, 243 x 292 cm
© Biblioteca Médica de Boston.(Cambridge).