Previous Page  28 / 60 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 28 / 60 Next Page
Page Background

PORTOS E LOGÍSTICA

28

PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015

Danilo Oliveira

A

desaceleração da economia

impactou o segmento de lo-

gística de cargas de projeto,

que vivia bons momentos

nos últimos anos. Com a crise, contam

também o fim de obras relacionadas à

Copa doMundo em2014, o aumento do

dólar, diminuição de aquisição de má-

quinas industriais, o bloqueio em obras

navais e em empreendimentos como

o Comperj e refinaria Abreu e Lima. As

empresas especializadas buscam novos

contratos e se mantêm em compasso

de espera. Mas diferentemente de ou-

tros segmentos, o setor eólico segue em

alta na demanda por movimentação de

equipamentos pesados.

O momento pode não ser dos me-

lhores, porém não espanta os ter-

minais portuários e as empresas de

navegação, que permanecem pros-

pectando novas oportunidades. Além

disso, se as importações estão em que-

da, as exportações de algumas dessas

cargas aumentaram com a valorização

do dólar.

O Sindicato Nacional das Empresas

de Transporte e Movimentação de Car-

gas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa)

avalia que a movimentação de cargas

de projetos está fortemente impactada

pela crise econômica, com exceção do

setor eólico que praticamente não foi

afetado por causa dos contratos defi-

nidos e da disposição de investimen-

Ventos para

afastar a crise

Com queda na demanda em diversos

nichos, logística de carga de projeto vê

oportunidade no setor eólico

tos. “Há um interesse muito grande

nesse segmento por conta da deman-

da por energia e porque precisam de

investimentos que dependem pouco

de investimentos públicos”, destaca o

vice-presidente executivo do Sindipe-

sa, João Batista Dominici.

A gerente nacional do produto ma-

rítimo da DB Schenker, Flávia Garcia,

avalia que após anos de muita mo-

vimentação, de 2008 até meados de

2014, muitas obras terminaram e ago-

ra o país vive uma demanda mais re-

alista. Ela cita obras de infraestrutura

para Copa do Mundo, construção civil

e setores de energia e siderurgia, que

viveram período que não se repete

com tanta frequência: muitos investi-

mentos, crédito mais fácil e taxas de

juros mais baixas.

Para Flávia, o Brasil sofre para con-

seguir recuperar sua imagem e voltar

a atrair investimentos estrangeiros. Ela

percebe que 2015 está sendo um ano

mais tímido. Embora a prestação de

serviços continue frequente em quase

todos os segmentos, o volume é muito

inferior ao

boom

de projetos que acon-

teceu nos últimos anos no país. “Não

vejo com pessimismo o cenário atual,

mas com visão realista. Houve mui-

tos investimentos e eles chegaram ao

fim. Ainda há necessidade de se fazer

mais”, analisa Flávia.

Já o diretor da área marítima da

Locar, Ricardo Alves, afirma que 2015

apresenta a pior demanda da empresa

nos últimos 10 anos. Ele percebe um

congelamento de trabalho intensifica-

do a partir de outubro de 2014, o que

causou demissões nas empresas do se-

tor. Alves lamenta a queda vertiginosa

no número de serviços em todos os

A crise não espanta

os terminais

portuários e as

empresas de

navegação que

permanecem

prospectando novas

oportunidades