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INDÚSTRIA NAVAL E OFFSHORE

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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015

O mercado se mantém aquecido

por conta do nível de atividade de na-

vegação na região Amazônica, que é

bastante diversificada. A construção

de novos rebocadores, empurradores,

barcaças e embarcações especiais vêm

se mostrando um mercado bastante

promissor para fabricantes e repre-

sentantes de equipamentos e acessó-

rios. Agenor destaca a possibilidade de

desenvolvimento e aplicação de novas

tecnologias para navegação fluvial de

cargas e passageiros.

Na avaliação da Rolls-Royce, a

navegação interior é um modal que

demandará volumosas encomendas

a curto e médio prazo. A fabricante

destaca sua experiência no forneci-

mento de propulsores azimutais para

os empurradores fluviais. O diretor

comercial da companhia no Brasil,

Ronaldo Melendez, acrescenta que há

grandes empresas de logística e gran-

des

tradings

de

commodities

entre

seus clientes.

Além da região Norte, Melendez

destaca a participação da empresa no

interior de São Paulo, ultimamente

afetada pela seca dos rios. Outro ni-

cho relevante, segundo Melendez, é a

hidrovia do rio Paraguai. “Durante os

últimos anos temos conseguido im-

portantes contratos para a nossa em-

presa. A Rolls-Royce possui o maior

market share

em propulsão azimutal

para o modal fluvial. E ainda estamos

em conversações para, no futuro pró-

ximo, termos motorização a gás”, reve-

la o executivo.

Para a Schottel, o crescente esco-

amento de grãos por via fluvial prin-

cipalmente na região Norte, e os pro-

jetos para navegação interior com

recursos do Fundo da Marinha Mer-

cante (FMM) aprovados, mostram o

quanto esse mercado está aquecido. O

gerente de vendas da Schottel do Bra-

sil, David Souza, avalia que esses fatos

têm atraído a atenção de empresas de

grande porte e empresas locais, que

vêm se modernizando para atender

à demanda. Por outro lado, ele conta

que a situação econômica do país, a

alta do dólar e a diminuição dos pre-

ços das

commodities

têm deixado em-

presários receosos de investir confor-

me programado.

No mercado brasileiro, a Schot-

tel fornece propulsores a empresas

tradicionais e novos

players

que têm

investido pesado no segmento de na-

vegação interior. Entre os principais

clientes da empresa estão a Hidrovias

do Brasil, Transpetro e Unitapajós. Re-

centemente, a empresa fechou con-

trato para fornecimento de seus pro-

pulsores para novas embarcações da

Cargill.

A Schottel identifica na região Norte

as principais oportunidades desse seg-

mento devido às condições naturais

da região que favorecem o transporte

fluvial. Entretanto, Souza ressalta que

outras regiões do Brasil também po-

dem lucrar com a navegação interior

e planejam investimentos para tor-

nar isso uma realidade. “Esperamos

também que, em breve, o corredor do

Tietê possa voltar a operar, pois temos

importantes projetos de embarcações

que operaram naquela região”, diz

Souza.

Atualmente,

a construção naval do

Amazonas emprega mais de sete mil-

pessoas, de acordo com o Sindicato

da Indústria da Construção Naval de

Manaus (Sindnaval). Esse número não

é constante por causa da sazonalidade

RONALDO MELENDEZ

Maior ‘market share’ em

propulsão azimutal para o

modal fluvial

Investimentos privados

para escoamento de grãos

garante crescimento de

encomendas

Guto Nunes

Grupo Trevisa/Divulgação