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PORTOS E NAVIOS SETEMBRO 2015

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Atualmente, os estaleiros Rio Ma-

guari e Rio Tietê empregam cerca de

500 e 280 pessoas, respectivamente.

Vasconcellos destaca que o ERM é um

dos estaleiros brasileiros com maior

produtividade por funcionário, colo-

cando na água uma média de oito bar-

caças mensalmente.

O Rio Grande do Sul

vive cresci-

mento permanente em termos de pro-

dução agrícola. No entanto, na década

de 1990 a Lei Kandir (Lei complemen-

tar 87/1996) reduziu significativamen-

te as exportações de farelo de soja,

culminando no fechamento de algu-

mas fábricas nas bacias da região. A lei

dispunha sobre o imposto dos estados

e do distrito federal referentes a opera-

ções para circulação de mercadorias e

a prestações de serviços de transporte

interestaduais e intermunicipais.

Atualmente, existe um grande nú-

mero de embarcações ociosas e pre-

cisando de manutenção no estado. O

presidente administrativo da Trevisa

Investimento, Fernando Becker, diz

que o crescimento nos estaleiros tem

sido “vegetativo”. Com a entrada em

operação de uma fábrica de celulose,

a produção atual do insumo na região

passará de 400 mil toneladas por ano

para dois milhões de toneladas/ano.

Com isso, a Navegação Aliança — con-

trolada pela Trevisa — acrescentará

três novos barcos autopropulsados à

sua frota, sendo que dois entraram em

operação e outro deve ser entregue no

primeiro trimestre de 2016.

Para 2016, a Navegação Aliança pro-

jeta movimentar por hidrovia cargas

como madeira, soja, milho e trigo. No

entanto, a empresa não possui proje-

tos de aumentar a frota. A ideia é des-

locar embarcações de outras regiões

para fazer o transporte dessas cargas

caso haja demanda. Becker diz que

existem muitas embarcações preci-

sando de reparo na região. Ele avalia

que a maioria dos estaleiros no estado

é deficiente para fazer manutenção,

além de enfrentarem problemas tra-

balhistas e ambientais. “A indústria

de estaleiros no estado é rudimentar”,

analisa.

Ele lamenta que empresas de na-

vegação de países vizinhos como Ar-

gentina e Uruguai tenham vantagens

para operar em hidrovias brasileiras.

Segundo ele, os armadores brasileiros

precisam construir suas embarcações

no Brasil, enquanto as empresas de

navegação dos outros países podem

construir no exterior por preços duas

a três vezes mais barato. Além disso,

as empresas de países vizinhos con-

seguem utilizar tripulação menor, o

que reduz os custos operacionais. “O

problema da navegação interior é a

quantidade imensa de regras que cada

órgão cria e dificulta seu cumprimen-

to”, diz.

No Brasil, onde apenas o Rio Gran-

de do Sul e o Amazonas possuem hi-

Para o Sindarma, demora na

liberação de recursos do FMM é

entrave à atividade naval no Norte

Estaleiro Rio Tietê/Divulgação